Westworld (HBO) concluiu sua terceira temporada no dia 3 de maio de 2020, deixando várias pistas, teorias, e pontas soltas para atiçar os fãs. Acumulando uma média impressionante de 8,3 no IMDb, divide opiniões sobre o destino da série – que já teve a quarta temporada confirmada. Essa matéria contém SPOILERS, cuidado! Apenas leia se já tiver assistido.
Se por um lado temos uma progressão do plano de Dolores e de Serac, por outro temos uma correria para encaixar tudo que o roteiro planejou em apenas 8 episódios, portanto, será uma análise rápida.
Recapitulando
Ao final da segunda temporada, os anfitriões (hosts) conseguem uma vitória sobre os humanos, conseguindo salvar sua espécie em um “servidor”. Dolores consegue fugir de Westworld para o mundo real, para dar início ao seu plano de “vingança”. William se afunda demais no que ele acreditava ser um jogo, e acaba perdendo confundindo e duvidando do que é ou não real. Maeve se sacrifica para que a filha fosse salva. Bernard também sai, tentando esconder que é um host.
Westworld não é claramente um lugar muito recomendado para sanidade mental…
O mundo real
Nessa temporada, de início somos apresentados a como o mundo está: as regras são ditadas por uma máquina, uma IA, de propriedade de Serac (o vilão da história). Com seus próprios interesses, Serac tenta por força adquirir Westworld e a Delos, trazendo Maeve de volta para lhe ajudar em troca de rever a filha. Com isso, pretende manter o mundo em ordem, evitando um suposto colapso calculado pela IA. Dolores será sua inimiga nesse processo, contando com ajuda do novo protagonista Caleb.
Vamos ao que interessa
Foi bom? Foi sim. Mesmo sendo bem diferente do que Westworld costumava ser, foi muito prazerosa de se ver, e me deixou bastante animado com muitas coisas. Eu ficava ansioso esperando o episódio seguinte, para ver qual o próximo plot twist seria apresentado.
Ver o plano de Dolores se desenrolando aos poucos, as incisões que ela fez, as peças que moveu, foi realmente impressionante. A estratégia das 5 pérolas foi muito boa – mesmo que não tanto surpreendente. A versão Hale se transformando, enfrentando problemas familiares e tudo mais foi muito impactante.
O mesmo vale para o Serac, toda as manobras por baixo dos panos, toda a sua obsessão, e como isso se desenvolveu foi incrível. Muitas vezes eu me via torcendo pelos dois lados.
Como sempre, a ambientação estava impecável, todos os cenários criados desde Westworld até a metrópole são muito imersivas.
Caleb é um bom personagem, e veremos mais dele na próxima temporada, então esse vínculo criado com o público pode ser explorado melhor.
Mas algumas coisas incomodaram. Parece que a HBO novamente pecou da mesma forma que Game of Thrones fez: tentar abraçar mais do que o braço alcança. Temos algumas vezes uma sucessão de eventos super acelerada, ou então personagens sub aproveitados – William não tem impacto quase nenhum sobre a trama inteira, o Bernard está que nem uma barata tonta sem nunca saber o que fazer e não parece ter um papel na trama até a cena pós créditos. E o desenvolvimento de personagens rápido demais, sem justificativa na trama, apenas para andar com o plot, o próprio Caleb evolui só na hora que precisa.