“A morte tem seus prediletos, como qualquer um. Aqueles que são queridos da morte não haverão de morrer”
A autora Holly Black, conhecida por sua saga de livros O Príncipe Cruel e Boneca de Ossos, voltou com uma escrita de fantasia urbana com a obra A Menina Mais Fria de Coldtown, onde explora histórias de vampiros de forma mais futurista e humana.
Holly Black tem como uma marca registrada, sua escrita de fácil leitura e engajamento coerente, embora sua escrita tenha toques de requinte em sua obra; durante o percorrer do enredo conseguimos sentir diversas referências a obra de Bram Stoker, de seu clássico livro Drácula, como a intercalação do passado de Gavriel e a história de Tana; de tal modo, a interação entre o leitor e a obra, fica mais orgânica.
Desde o inicio a história cumpre o que foi prometido na sinopse. É um livro de entretenimento fácil, mas sem muita inovação na questão vampiresca em si.
A capa com tons de azul com detalhes semelhantes a de papel de parede, com uma mão pálida com o título em preto nela, é um dos atrativos desta obra. A diagramação realizada pela Editora Novo Conceito, deixando as letras num tamanho e espaçamento bom para não cansar os olhos durante a leitura; os grafismos presentes nos inícios dos capítulos, com frases da temática de horror e terror de grandes autores, ajudam gerar um clima certo para cada capítulo que se passa.
“Você é mais puramente você do que qualquer um que eu conheça. E, se você não consegue mais ver quem é essa pessoa, então se veja da forma como eu o vejo“
No livro de Black somos apresentados ao surto de vampirismo que é considerado severamente perigoso e um perigo para a humanidade. Devido essa nova “doença”, o governo criou um toque de recolher ao pôr do sol, além de criarem as Coldtowns — cidades muradas nas quais vivem numa sociedade de vampiros, na qual algumas pessoas tem a entrada permitida para que de forma voluntária, trabalhem e forneçam alimento para tais vampiros.
Então somos apresentados a personagem principal, Tana Bach, uma jovem que saiu para se divertir e acabou brigando com o ex-namorado e terminou a festa bêbada presa num banheiro; assim que ela acorda na manhã seguinte, vê que todos aqueles que estavam na festa morreram massacrados, que apenas ela e seu ex-namorado, Aidan, foram os sobreviventes.
No meio deste caos, ela descobre que seu ex-namorado está contaminado com o vampirismo e que existe um vampiro, chamado Gavriel, acorrentado dentro do quarto dele; além de outros vampiros estarem dentro da casa e que ela deve escapar com Aidan e Gavriel. Durante a rota de fuga, nossa personagem é ferida e corre o risco de estar infectada também; eles precisam fugir e se esconder na coldtown mais próxima, para que assim, consigam pensar no que farão na situação que se encontram.
Enquanto acompanhamos os conflitos internos dos jovens, tais como: dúvida de estar infectado ou não, salvar um vampiro, como reagir e viver se estiverem infectados; nos trazem um ar mais humano para a obra, assim, conseguimos criar uma empatia com os personagens, principalmente com Tana.
Holly soube muito bem como criar a personagem principal, ainda mais quando ela se mostra assustada e lutando por sua vida, como a maioria dos leitores agiria. Tana não é um tipo de mocinha principal que fica de braços cruzados esperando alguma burrada acontecer, para que só assim, entre em ação; ela está sempre pensativa e vive entrando em conflito com seu excesso de pensamentos e vontades.
Entretanto, não é o mesmo caso com os personagens coadjuvantes. Aidan foi construído para ser o típico ex-namorado que vive almejando atenção e com joguinhos estúpidos para testar os outros; Gavriel é um vampiro que transmite mistério e loucura, que muitas vezes chega ser cansativo e vive dando ponto sem nó. Outros vampiros que são apresentados, que muitas vezes estão presos em redes de intrigas que vão de um lugar para nenhum outro, são descartáveis assim como suas intrigas.
O que realmente pega o leitor é o rumo da história e como nossa protagonista irá reagir com tudo que está ao seu redor, enquanto seu mundo que tanto conhecia está desmoronando.
Temos como sinopse oficial:
O mundo de Tana existem cidades rodeadas por muros são as Coldtowns. Nelas, monstros que vivem no isolamento e seres humanos ocupam o mesmo espaço, em um decadente e sangrento embate entre predadores e presas. Depois que você ultrapassa os portões de uma Coldtown, nunca mais consegue sair.
Em uma manhã, depois de uma festa banal, Tana acorda rodeada por cadáveres. Os outros sobreviventes do massacre são o seu insuportavelmente doce ex-namorado que foi infectado e que, portanto, representa uma ameaça e um rapaz misterioso que carrega um segredo terrível. Atormentada e determinada, Tana entra em uma corrida contra o relógio para salvar o seu pequeno grupo com o único recurso que ela conhece: atravessando o coração perverso e luxuoso da própria Coldtown.
O livro de Holly Black, A Menina Mais Fria de Coldtown pela Editora Novo Conceito, está disponível em diversas livrarias e plataformas online para poder ser adquirido.